quarta-feira, 28 de março de 2012


CADÊ A TAMPA DA MINHA PANELA,
O CHINELO DO MEU PÉ CANSADO,
A METADE DA MINHA LARANJA?

"(...) E chega! Há anos peço o príncipe e só me mandam o cavalo.
(...)Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda,
então lá vai: quero transar com beijo na boca
profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita
sacanagem, quero cineminha com encosto
de ombro cheiroso, casar de branco,
ser carregada no colo, filhos, casinha no campo
com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana.
Quero ouvir Chet Baker numa noite chuvosa e ter
de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
(...)Que a gente brigue de ciúmes, porque
ciúmes faz parte da paixão, e que faça as
pazes rapidamente, porque paz faz parte
do amor. Quero ser lembrada em horários malucos,
todos os horários, pra sempre. Quero ser criança,
mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim,
olhada com total reconhecimento de território.
Quero sexo na escada e alguns hematomas e
depois descanso numa cama nossa e pura.
(...)E quando eu tiver tudo isso e uma menina
boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição
feliz não passa de uma união solitária de aparências"
vou ter pena desse coração solitário que
ainda não encontrou o verdadeiro amor."

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